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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Pinturas, almas urbanas solitárias e tempo: a ultrarealidade de Max Ferguson

A pintura à óleo de retratos e cenas cotidianas, mitológicas ou imaginárias, que firmou sua técnica durante a Renascença, são ainda hoje uma das mais apreciadas e populares formas de arte, nos arrancando sempre algum encantamento.


Mesmo hoje, quando tudo pode ser capturado com um leve toque na câmera digital, a Monalisa de Da Vince, a Moça com Brinco de Pérola de Vermeer ou as cenas bíblicas de Rebrandt ainda impressiona o mundo possa ser reproduzidos usando somente pincel, tinta, olhar apurado e técnica.


O artista Max Ferguson resgata essa arte secular que embelezou monarcas desfavorecidos e fez casamentos ultramarinos na época em que as webcams não eram nem um sonho, mas o que surpreende em suas obras é o inesperado grau de ultra-realismo que elas nos trazem, algo que nem mesmo o conceito de retrato estaria pronto para digerir: com sua tinta a óleo Ferguson extrai cenas do cotidiano extremamente fiéis ao que realmente se vê. Tão fiéis que mais parecem algum truque pregado pelo Photoshop.


Mas Max Ferguson é um estudioso da técnica dedicado a reproduzir com fidelidade o mundo ao seu redor. O artista holandês graduou-se nas universidades de Amsterdan e Nova York há quase trinta anos e durante esse tempo tem realizado, além de seus trabalhos, estudos sobre técnicas de realidade em pinturas, luminosidades e principalmente sobre as cidades e seus habitantes , sua grande paixão. Destacam-se os artigos e quadros que tratam da população judaica de Nova Iorque.


Para mim, um dos elementos chave do meu trabalho é a relação entre as cidades e os cidadãos. Apesar de muitas das minhas pinturas funcionarem mesmo sem que haja uma pessoa retratada, mas quando elas se fazem presentes, sinto que é dado à elas qualidades humanas (versus as meramente urbanas).

Outro tema que costuma explorar com freqüência é o da figura solitária, a pessoa que vagueia em sua própria companhia mesmo quando dentro das massas urbanas; sua tranqüilidade e segurança à despeito da multidão frenética; essas pessoas, explica Fergson, dão um grau de imortalidade às pinturas que não pertence a elas.

Como as pinturas no relógio mostradas no quadro da casa de conserto de relógio. Ali, o tempo permanece. E é esse fascínio obsessivo pela captura de algo que deveria eternamente permanecer que conduz o pintor a lançar-se em imagens tão nítidas que acabam por fazer cada detalhe imprescindível, inesquecível e hipnótico. Real.

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Fonte: Obvious

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